A música é uma linguagem da arte que toca as emoções com
simplicidade e eficácia, sem que se tenha a necessidade de um estudo profundo,
sabendo-se que todos conseguem sentir e perceber seus efeitos. Assim, é
possível haver uma união entre esta linguagem da arte e a Psicopedagogia,
focando uma melhora no desempenho cognitivo em crianças / alunos que necessitam
de intervenção psicopedagógica.
Numa intervenção psicopedagógica com a utilização da música,
através do estudo de um instrumento musical, deve-se ter grande cuidado com o
que se espera da criança/ aluno em termos musicais, pois, muitas vezes, há
exigências descabidas por parte de pais ou de professores, quanto à perfeição
na execução dos instrumentos, tirando o próprio prazer que a música deve
proporcionar ao intérprete.
O Profissional deve estimular a sensibilidade e percepção de
crianças e adolescentes para que a música que está sendo executada, toque
primeiro à sensibilidade deles, como um convite sonoro para que penetrem no
mundo dos sons, estimulando a imaginação, para que aqueles que a ouvirão sintam
a sensibilidade da interpretação musical e também sejam tocados por ela, pois,
ainda segundo Gainza (1988): Educar-se na música é crescer plenamente e com
alegria.
Uma intervenção psicopedagógica que tenha como ferramenta o
estudo de um instrumento musical deve ser criteriosa com relação ao
profissional da música que atuará como mediador. É preciso que o psicopedagogo
possa atuar com o foco da melhora cognitiva da criança/ aluno.
Para que o objetivo da melhora cognitiva possa ser
alcançado, é necessário que o estudo do instrumento musical seja,
preferencialmente, diário, mesmo que por um período de tempo pequeno. É a
regularidade do estudo que proporcionará o treino da atenção e a melhora da
capacidade de memorização, fazendo com que o desempenho escolar ou do dia a dia
cresça e isto ocorrerá como consequência da dedicação à música, de forma
natural e gradativa.
A música
pode ser utilizada como excelente ferramenta para ajudar no equilíbrio
emocional.
“Quando o ser humano toca um instrumento, é o gesto que cria
e controla o som” (JEANDOT, 1997).
Alguns sons musicais são derivados da fala: a entonação, a
pontuação, a exclamação, a interrogação, o tom da voz, que constituem elementos
da linguagem verbal que encontram seus correspondentes na música. É por isso
que se pode afirmar que a música e linguagem são organizações sonoras que
servem ao homem como veículos de expressão, como afirma Gardner (1994);
O'Donnell (1999) conta que Albert Einstein, apesar de ser
considerado como um dos homens mais inteligentes que já viveu, poucos sabem que
quando ele era criança, teve grandes dificuldades de aprendizagem, chegando ao
ponto de seus professores das séries iniciais dizerem a seus pais para tirá-lo
da escola porque ele era "burro demais para aprender" e seria um
desperdício o gasto de recursos, investimento de tempo e energia em sua
educação. Sua mãe não achava que Albert era "estúpido". Ao invés de
seguir o conselho da escola, os pais de Albert compraram-lhe um violino. Albert
tornou-se um bom violinista. A música foi a chave que ajudou Albert Einstein a
tornar-se um dos homens mais inteligentes que já viveu. O próprio Einstein
disse que a razão pela qual ele se tornara tão inteligente era porque tocava
violino.
O poder que a música possui para interferir na memória é
impressionante. Conforme relata O'Donnell (1999), pesquisas foram realizadas
comprovando que a música de Mozart e a música barroca, com um padrão de
sessenta batimentos por minuto e que possui uma ordem que inclui repetição e
alterações, com certos padrões de ritmo e tom, são capazes de ativar o cérebro
nos lados esquerdo e direito e esta ação simultânea, quando estes dois lados do
cérebro são ativados, maximizam o aprendizado e a assimilação de informações.
Atividades em que os dois lados do cérebro estão sendo ativados ao mesmo tempo,
como tocar um instrumento ou cantar, fazem que o cérebro possa ser mais eficaz
ao processar informações, levando-o a responder de forma especial aos estímulos
recebidos. Pesquisas revelam que os crianças/ alunos que têm algum tipo de
formação musical têm a tendência de trabalhar melhor em grupos e são capazes de
executar várias tarefas de forma mais eficiente do que as crianças que não tiveram
nenhuma formação musical.
Se a música contribuiu para uma melhor concentração e
memorização, ela poderá ser utilizada no auxílio às crianças com dificuldades
de aprendizagem, que necessitam de acompanhamento psicopedagógico. O próprio
psicopedagogo poderá encaminhar estas crianças para as aulas de música,
incentivando um estudo regular e disciplinado, sendo, assim, a música se
apresentará como uma forte aliada à intervenção psicopedagógica.
REFERÊNCIAS E FONTE DE PESQUISA: http://www.pgcl.uenf.br/2018/pdf/Maria%20In%C3%AAs%20de%20Souza%20Azevedo%20Mello.pdf
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