Pular para o conteúdo principal

Autismo e escola: os desafios da inclusão.


Cada autista é de um jeito e cada um deles recebeu o diagnóstico num momento diferente. Uns falam, outros sequer emitem uma palavra. Alguns receberam o diagnóstico num momento ótimo, precoce, e tiveram a oportunidade de passar por uma intervenção precoce. No entanto, a maioria chega ao diagnóstico tardiamente, com atrasos que não foram trabalhados e que demandarão maiores esforços para a equipe pedagógica. Assim, é necessário que sejam sempre tomadas medidas de avaliação e análise caso-a-caso. 

A partir do diagnóstico deve-se avaliar seu nível intelectual e sua linguagem, descrever seus comportamentos mais difíceis, preferências, fobias/medos e alterações de sensibilidade, além de ver o potencial pedagógico, pois alguns autistas já identificam letras e números cedo enquanto outros demoram e precisam de intervenções psicopedagógica e recursos específicos.

Devido à heterogeneidade do quadro, a escola deve estar preparada para as mais diversas situações e para os mais diferentes perfis de crianças com Autismo, sendo importante adotar materiais e meios didáticos que permitam criar vínculo da criança com a sala de aula e com as propostas de estimulação. Muitas crianças com TEA não suportam barulhos, vozes de humanos, mudanças de rotina, imposição de regras e a identificação destes fatores estressores previnem e permitem conforto para que ela continue frequentando a escola sem maiores contratempos.

Muitos autistas apresentam comorbidades como TDAH, Ansiedade, TOC, fobias específicas, déficit de atenção e problemas de sono, os quais podem atrapalhar muito o engajamento da criança para os processos de aprendizagem e nestes casos, acompanhamento específico com um profissional preparado na área da psicopedagogia e um acompanhamento médico com o uso de medicamentos podem ser muito úteis e até imprescindível.

Hoje temos uma dificuldade quando tratamos do assunto da Educação Inclusiva. Há uma falta de informação sobre o que deve ser feito ou não quando se tem em sala de aula alunos portadores de necessidades especiais.

ENTENDA ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO:

  • ·        Resiste a mudanças de rotina;
  • ·        Apego não apropriado a objetos;
  • ·        Não mantém contato visual;
  • ·        Não demonstra medo de perigos;
  • ·        Acentuada hiperatividade física;
  • ·        Habilidade motora irregular;
  • ·        Às vezes é agressivo e destrutivo;
  • ·        Insistência em repetição;


De acordo com Sassaki (1999, p. 41) inclusão social pode ser conceituada como sendo o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui então um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre as soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.
Existem pontos fundamentais para a inclusão de uma criança autista na escola, para isso é fundamental que todos os envolvidos, família, amigos e escola, os tratem normalmente, tentando entendê-los na sua forma de ser, proporcionando tratamento em todas as áreas que precisem.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Hiperlexia: O que é e como diagnosticar:

H iperlexia é uma síndrome, muitas vezes caracterizada como elemento do autismo, que envolve a capacidade de leitura precoce e a obsessão por números e letras. O que é? A hiperlexia pode ser entendida como uma síndrome, que compreende sintomas como uma alta capacidade de leitura e uma espécie de obsessão por letras e números, porém acompanhada de uma espécie de retardo em outras áreas do desenvolvimento. Essa síndrome pode ser entendida a partir de três características principais:  capacidade precoce de leitura ,  dificuldade em lidar com a linguagem oral  e uma  inadaptação social dos comportamentos . Como diagnosticar? Algumas características podem encaminhar o diagnóstico de hiperlexia, entre elas, deve-se atentar prioritariamente para a precocidade da interação da criança com letras e números. A partir dos 18 meses, crianças hiperléxicas já começam a demonstrar uma capacidade diferenciada para identificação de letras e números, e aproximadamente a partir dos 3

Atividades para Estimular as Funções Executivas dos 5 aos 7 anos

N essa idade, as crianças começam a desfrutar melhor de jogos que envolvem regras, embora o nível de interesse varie bastante.  Como um aspecto importante do desenvolvimento dessas habilidades é a presença constante do desafio é importante escolher jogos complexos, mas não tão difíceis.  À medida que a criança for se familiarizando com esses jogos, tente reduzir a participação dos adultos: o desafio é maior para a criança quando ela lembra e aplica as regras por conta própria. Proponha atividades de vida prática mais instigante, que exijam melhor coordenação motora fina, mais destreza e/ou maior concentração, além de proporcionarem maior autonomia à criança: atar cadarços de sapatos, dobrar as próprias roupas e guardá-las, cortar alimentos de média consistência com uma faca sem ponta, descascar legumes com um utensílio próprio, etc. Segue alguns outros exemplos e dicas de atividades: Jogos de tabuleiro tradicionais Jogos de tabuleiro tradicionais como Damas, Resta 1, Batalh

Atividades Lúdicas que Auxiliam na Psicomotricidade

A Coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos decorrente da integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras dos músculos e articulações. De acordo com Lopes et.al. (2003), o conceito de coordenação motora é abordado em diferentes âmbitos, contextos e áreas científicas (controle motor, aprendizagem motora, desenvolvimento motor, biomecânica, fisiologia). Assim, a coordenação motora pode ser analisada segundo três pontos de vista: a) Biomecânico, dizendo respeito à ordenação dos impulsos de força numa ação motora e a ordenação de acontecimentos em relação a dois ou mais eixos perpendiculares; b) Fisiológico, relacionando as leis que regulam os processos de contração muscular; c) Pedagógico, relativo à ligação ordenada das fases de um movimento ou ações parciais e a aprendizagem de novas habilidades. Vamos aprender algumas atividades sobre a coordenação motora ampla: Coordenação motora ampla:  é o trabalho que vai apurar os movimentos do