Nós temos rotas de aprendizados diferentes uns dos outros, uma criança pode aprender pela rota fonológica ou o seu acesso a aprendizagem é pela rota lexical ou os dois. Para sabermos a rota específica de cada um, é necessária uma avaliação criteriosa entre os profissionais multidisciplinar, para estruturar os objetivos de acordo a necessidade do indivíduo, para então direcionar o material adequado aquela criança e a forma de estruturação de cada um.
Na escola, a adaptação dos conteúdos didáticos das aulas, também, precisa ser realizada de acordo com o repertório da criança com TEA. Por isso, vale destacar que nem toda criança com o Transtorno do Espectro do Autismo precisará de uma adaptação dos materiais didáticos. A adaptação atenderá a necessidade individual da criança, e é por meio do Plano de Ensino Individualizado (PEI), com objetivos bem definidos e direcionados que cada criança tem seu currículo adaptado montado.
A equipe de ensino, que pode ser formada por professores, pedagogos, psicopedagogos, precisa avaliar caso a caso e averiguar em que nível cada criança está em cada disciplina, quais conteúdos já absorveu e o que ainda não aprendeu. Após essa avaliação, eles devem decidir se a criança seguirá o mesmo currículo da turma ou se o aluno precisará de um currículo totalmente individualizado e paralelo ao da classe. Em seguida, essa equipe deve planejar a produção do conteúdo didático individualizado e adaptado.
Mas como deve ser esse material didático adaptado? Não há uma fórmula exata, uma vez que cada criança com o TEA é única, mas o ideal é que as tarefas complexas sejam fragmentadas em etapas e que as atividades sejam lúdicas. O material didático precisa ser atraente e adequado para os níveis da criança com o TEA. É importante que o material didático seja objetivo, os enunciados sejam menores e é necessário evitar longos textos que exijam uma interpretação complexa. Alguns outros exemplos:
– Ter menos exercícios por página, pois uma página lotada de informações pode distrair a pessoa com TEA e tirar o foco do objetivo da atividade ou aula;
– Ter mais atividades para ligar, recortar e colar, pintar, circular, marcar X etc;
– Ter temas de interesse da criança em todas as atividades. Ela precisa ser estimulada e ter vontade de fazer determinada atividade;
– Os conteúdos precisam ser simples e reduzidos. Por isso, o material didático deve focar no que realmente é importante para aluno e que possa ser aplicado no seu cotidiano;
– Evitar questões dúbias e com duplo sentido. As metáforas e figuras de linguagem devem ser excluídas, pois elas são um desafio para crianças autistas e podem causar desconforto e desestimular a aprender;
– As imagens e desenhos são aliados nesses casos. O material didático deve ter bastantes recursos visuais, pois o aluno com o TEA fica mais interessado para consultar e interpretar os exercícios e atividades propostas.
Outros aspectos fundamentais para a inclusão escolar de crianças com TEA
Além do material didático adaptado, as instituições de ensino devem oferecer recursos de apoio e adequar o nível de complexidade das atividades. Além disso, a equipe responsável pela aprendizagem do aluno precisa ficar atenta para respeitar o ritmo da aprendizagem da criança e mudar o tempo previsto das atividades para que cada aluno possa alcançar os objetivos propostos.
Também poderá ser necessário modificar as instruções das atividades, alterar o formato das aulas, explorar novos ambientes e usar estratégias de ensino diferenciadas. E para saber se todas essas estratégias estão funcionando é fundamental observar com regularidade o avanço do aluno e se as dificuldades persistem.
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