A habilidade de discriminação
auditiva adequada permite ao indivíduo classificar e distinguir sons uns dos
outros quanto a diferenças de frequência, duração ou intensidade, bem como
realizar uma comparação entre sons-alvo e outros sons concorrentes. Ela pode
incluir sons não verbais ou apenas sons da fala, sendo que, quando se refere
aos sons da fala, é denominada discriminação fonológica (Ferracini, Trevisan,
Seabra & Dias, 2009 apud SEABRA, 2013, p.29)
Desde o ventre materno o desenvolvimento da
estrutura óssea da audição vem se formando, sendo que Papalia, Olds e Feldman
(2011) nos dizem que os fetos respondem a sons e parecem aprender a
reconhecê-los. Após o nascimento, a audição do bebê ainda não está pronta, ela
continua se desenvolvendo por muito tempo, mas já nos primeiros dias os bebês
já podem distinguir os novos sons das falas que já conhecem ou ouviram, o que
caracteriza o desenvolvimento da discriminação auditiva.
Aos poucos a criança vai interagindo
com os sons dos objetos/pessoas/ambiente a sua volta. É a cantigas de ninar, o
som das portas abrindo e fechando, barulho da água do banho, telefone vibrando,
enfim, uma infinidade de experiências servem de registros para a memória
auditiva.
Estas memórias são de extrema
importância, pois elas proporcionam maior facilidade para a criança identificar
sons, no entanto, além de identificar se faz necessário discriminar, ou seja,
perceber semelhanças e diferenças entre os mesmos, por exemplo: dependendo da
intensidade e do timbre do latido de um cachorro é possível saber se podemos
nos aproximar ou não.
Do mesmo modo, quando a criança chega
ao mundo letrado, ela vai perceber que cada letra é composta por sons
diferentes e quando aliadas as outras formam um novo som, portanto diferenciar,
por exemplo o /pa/ do /ba/, ou “os olhos” dos “ozolhos” nem sempre é uma
habilidade fácil, requer treino auditivo que deveria ter sido proporcionado
muito antes do período de alfabetização, através de brincadeiras que podem ser
realizadas com os familiares e também no contexto escolar.
Por exemplo:
Jogo de memória de sons:
Pode ser colocado diferentes objetos dentro de
potes, cuidando para que tenha 2 potes com os mesmos objetos. Objetivo do jogo
é que os jogadores encontrem os potes pares, sendo que para isso terão que
sacudir os mesmos.
Jogo de Bingo de sons
Usando algum aplicativo ou programa que tenha
diversos sons gravados, fazer o jogo do bingo dos sons.
Na
escola:
Encontro dos animais:
Cada criança, com os olhos vendados e cada uma
receberá o nome de um animal para reproduzir o som. Num momento combinado todas
devem começar a imitar a voz do animal e procurar os demais colegas que também
estão emitindo o som parecido. Sugestão de animais: gato, cachorro, pato,
vaca....etc.
Que som é esse?
As crianças de olhos vendados tentam ouvir o som
proposto pelo professor e dizer qual é (por exemplo: fechar a porta, som de
chocalho, som do apito, som de flauta, som de moedas caindo, etc).
Reprodução de sons
O professor pode proporcionar sequencias de sons
que as crianças precisam reproduzir assim que solicitado. Por exemplo:
Palma, palma, palma, palma.
Palma, palma, pé (batida de pé), pé (batida de pé),
palma, palma, palma.
Referência Bibliográfica:
ADAMS,
Marilyn.[et al] Consciência fonológica em crianças pequenas. Porto
Alegre: Artmed, 2006.
LAMPRECHT,
Regina; BLANCO-DUTRA, Ana Paula (Orgs.). Consciência dos sons da
língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores,
fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2009.
PAPALIA.
OLDS. FELDMAN. O Mundo da Criança - Da Infância à Adolescência
, 11ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010
SEABRA,
Alessandra. DIAS, Natalia. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva. Vol 2.
São Paulo: Memnon, 2013.
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HENNEMANN, Ana L. Discriminação
auditiva – estimulação para a alfabetização. Novo Hamburgo, 08
de julho/ 2017. Disponível online em: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2017/07/discriminacao-auditiva-estimulacao-para.html |
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